quinta-feira, 25 de agosto de 2011

VOLTA POR CIMA

 PRÓXIMOS EVENTOS

 


Jovens ativistas traçam novas estratégias para o enfrentamento da aids

Homens e mulheres entre 16 e 24 anos debatem o papel da juventude nas políticas públicas de combate à epidemia
Uma nova geração de ativistas pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e aids. Esta é a ideia do projeto Jovens+. O III Encontro de Jovens Líderes termina nesta quinta-feira (30/09), em Brasília, e marca o processo de avaliação da estratégia. O projeto reuniu 24 jovens entre 16 e 24 anos, representantes de 18 estados (13 capitais e 11 municípios). O objetivo era capacitá-los para o ativismo na luta contra a epidemia e pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e aids, além de identificar de que forma eles podem colaborar para a melhoria das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS).
O protagonismo de jovens vivendo com HIV/aids foi a base para diferentes processos, desde a inscrição e seleção dos candidatos, os encontros presenciais, a definição de planos de ação, a atuação local, as ferramentas de monitoramento e avaliação e de comunicação, até a elaboração dos materiais instrucionais.
Eles conheceram como funciona a logística de insumos e medicamentos e vivenciaram as atividades do programa Saúde e Prevenção nas Escolas. Os jovens também acompanharam a rotina de serviços de atenção especializada em DST/aids e trabalharam em organizações não governamentais que realizam ações de prevenção e apoio a pessoas que vivem com HIV e aids.
Além do foco central no protagonismo, a estratégia também agregou, de forma experimental, um componente importante: viabilizar aos jovens uma oportunidade de trabalho. A proposta associou cidadania ao trabalho e renda. Os participantes tiveram a carteira de trabalho assinada e, para 21 deles, essa foi a primeira oportunidade de entrada no mercado de trabalho.
Foram 11 meses de formação para o ativismo e qualificação profissional. As atividades fortaleceram a Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/Aids (RNJAVHA), além de tê-los capacitado para uma luta mais consistente, eficaz e estratégica no que tange aos diretos de soropositivos e ao enfrentamento da epidemia. A coletânia das experiências será publicada e utilizada na formação de novos líderes.
Para o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, a formação mostrou a importância para o protagonismo dos jovens, sobretudo na área de gestão. Em termos de conteúdos formativos, Eduardo conta que foram identificadas necessidades de aprimoramento. “É preciso que jovens lideranças entendam melhor o SUS e possam atuar dentro do sistema", observa. O diretor-adjunto acrescenta a necessidade de ampliar a participação de outros setores do governo na estratégia, como, por exemplo, encontrar parceiros para estimular a inserção e/ou reinserção dos jovens vivendo com HIV/aids no mercado de trabalho.
Segundo Eduardo, a presença deles nos espaços de discussão e implantação de políticas públicas não apenas os fortalece como sujeitos: potencializa também as instituições envolvidas e, consequentemente, a resposta à epidemia de aids no Brasil. O Jovens+ é coordenado pelo Departamento, com o apoio de agências das Nações Unidas e da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

DEPOIMENTO:


Essa história dá um livro...

Autor(a): 
 kfabinho
Sou um jovem de 27 anos. Como é difícil relembrar esses momentos, pois essa história tem momentos de dor, morte, depressão, desespero, perda de sonhos, vontade de desistir, morrer... Uma história difícil, mas que contém conquistas, vida, utopias e, o principal, vontade de lutar pela VIDA. Aos 16 anos de idade, quando comecei a me envolver com outros homens, sabia que existia a aids e que era uma doença que matava.
Como a doença não era parte do meu cotidiano, porque eu, como bom adolescente que era, me sentia o mais onipotente de todos os seres, achava que jamais aconteceria isso comigo. Sempre vi o HIV como um grande fantasma. Mas, aos 16 anos, comecei a me relacionar com um vizinho. Eu não imaginava que essa sensação de prazer que senti com ele poderia trazer tantos problemas.
Nessa época, minha mãe descobriu que eu me relacionava com outro homem. Na sua simplicidade, conversou comigo e pediu para que eu realizasse alguns exames, e assim seguimos para a unidade de saúde do meu bairro. Foi onde, em 17 de abri de 2000, que recebi meu exame. Fui sozinho, mas não pude receber o exame, pois eu era menor de idade. Retornei para casa e disse à minha mãe que ela teria que pegar o resultado. Lembro que, ao chegar na unidade de saúde, mandaram eu esperar o médico atender todos os pacientes. E, assim, passei a manhã esperando...
Quando eu e minha mãe entramos na sala do médico, lá estava ele com uma enfermeira e um papel na mão. Não imaginava o que seria, o médico disse: “seu resultado é reagente para o HIV”. Disse, também, que eu era um trem e minha vida um trilho. O vírus que eu tinha comia esse trilho e faria eu viver um pouco menos. Mas existia uns remedinhos que freariam esse trem, e eu não morreria tão rápido. Mas eu só lembro das imagens que vinham a minha cabeça naquele momento. Era a de um ser esquelético, morrendo em uma cama.
O médico perguntou se eu e minha mãe tínhamos entendido e lembro como se fosse hoje minha mãe dizendo que a anemia da minha irmã era pior do que essa doença. Até hoje, acho que ela falou isso para amenizar meu estado, pois quando sai da sala em choque, só pensava que ia morrer e que a morte era a única coisa que poderia pensar e a única consequência que poderia ter. Tudo por causa da minha sexualidade.
Andei durante cinco horas pensando como iria morrer e como seria meus últimos dias, pensava que iria viver, no máximo, até meus 27 anos. No fim daquela tarde, fui na casa de uma amiga da escola e contei para ela, pois aquilo me matava. Eu não aguentava viver aquilo sozinho. Voltei para casa perdido, sem saber o que fazer...
Porém, minha vida continuou. Tinha que ir para escola no dia seguinte. E a minha “amiga”, que eu havia confiado não conseguiu guardar segredo e contou para outro menino que contou para toda minha escola. Por isso, tive que conviver com os olhares estranhos, passava no corredor e as pessoas falavam, ia na fila do lanche e as pessoas saiam de perto. Foi quando eu passei no corredor e os alunos começaram a me chamar de aidético, que eu era um ET. Em seguida, começaram as agressões físicas. Não aguentei e não fui mais para escola. Era algo terrível...
Frequentei a escola por mais duas semanas somente. Foi quando comecei a ter medo pela minha família, porque no bairro onde eu morava os traficantes haviam colocado fogo na casa de pessoas com aids. Na minha vila não poderia haver pessoas com aids. Mas nada aconteceu na minha casa e com a minha família. Lembro que minhas irmãs perguntavam para minha mãe se precisaria separar talher, roupas de cama ou se eu precisava ficar isolado. Ouvir isso foi muito difícil, como não entendia tudo isso que estava acontecendo comigo fui buscar respostas nas religiões.
Visitei várias Igrejas e só queria o perdão de Deus. Pedia para morrer, mas que eu fosse para o céu e não sofresse como aquelas pessoas que eu via na TV. Pensava somente que Deus havia me castigado por que pequei. Afinal sempre aprendi que homens não devem se relacionar com outros homens... Passei oito meses tentando tirar o demónio do meu corpo, mas não foi possível. Esse processo religioso só piorou minha situação, pois acabei entrando em depressão.
Passei dois anos só em meu quarto. Saía de casa somente para o extremamente necessário, tinha medo das pessoas, de como elas me olhavam. Só queria saber de dormir e pedia para Deus me levar. Mas a história começou a mudar em 2002, quando fui fazer um curso para grupo de adesão feito por uma ONG da minha cidade.
Lá, eu redescobri o mundo. Vi várias pessoas, sempre adultas. Eu me percebi como sujeito e que não era nada daquilo que as pessoas fizeram eu pensar que eu era: um ser pecador, sujo, ET, aidético que não poderia mais ser nada, ter namorado, amigo, não poderia estudar. Decidi trabalhar como cobrador de ônibus. Em 2003, fui admitido no meu primeiro emprego: aquilo se tornou a coisa mais importante da minha vida. Acabei abandonando meu tratamento, pois lá ninguém sabia quem eu era. Afinal, eu tinha meu dinheiro.
Depois de 10 meses de trabalho, senti a necessidade de fazer exame, pois minha mãe sempre pedia para que eu não abandonasse o cuidado. Um certo dia, tive diarreia e faltei ao trabalho contrariado, pois era meu primeiro emprego e tinha medo de perder a oportunidade. O corpo gritou e não pude ir. Com muito medo, no dia seguinte, fui ao médico para pegar o atestado. Ele queria saber o que eu tinha. O que poderia ter causado a diarreia, mas eu não conseguia contar para ele. Só sentia medo.
Adoeci novamente. E comecei a faltar ao trabalho porque estava adoecendo e precisava fazer exames. No dia em que retornei, o médico gritou comigo na sala. Eu disse que era aids e, por isso, o médico não quis mais me atender. A empresa em que eu trabalhava criou as piores situações de trabalho até eu pedir demissão. Foi muito difícil essa situação. Como eu não servia para o trabalho, decidi entregar minha vida para Deus e trabalhar para salvar almas. Pensei: “vou para o seminário, pois lá eu trabalho e entrego meus últimos dias a Deus”.
Fiz o acompanhamento vocacional e ingressei em fevereiro de 2004. Em abril, o padre formador disse que teríamos que fazer o exame de HIV, pois, no mesmo estado que eu, um padre havia morrido em decorrência da aids. A norma era clara: todos tinham que fazer esse exame. Como foi difícil, lembro do meu formador falando “...vocês terão que fazer o exame de aids! Mas todos podem fazer porque não temos nenhum aidético no nosso meio. A congregação não tem dinheiro para pagar o tratamento de um aidético...”
Foi mais um balde de água congelada em mim. Não suportei. Como sempre fui um sonhador pensei que poderia ter a chance de ficar, que ele entenderia se eu explicasse que não ficaria doente, mas não obtive resultado e ouvi mais uma vez “você terá que ir embora!”
Tudo isso foi difícil. Voltei para casa e chorava muito, pois só idealizava entregar minha vida para Deus, pois, servindo a ele, meus pecados seriam todos apagados. Tentei, pensei em recorrer a tudo e a todos. Mas acabei deprimido novamente. Depois de tantas coisas ruins, decidi mudar minha vida ajudando outros jovens a não passarem por todas essas dificuldades que eu passei. Tornei-me um mini adulto, não tive adolescência. Ingressei no movimento de luta contra aids.
Conheci pessoas que me acolheram como eu sou: gay, soropositivo, jovem, negro. Conheci pessoas que me ajudaram a perceber que eu sou alguém, posso me amar e que Deus me ama como eu sou. Foi um processo difícil, dolorido, mas consegui, tive apoio fundamental para que não me matasse e não desistisse de viver. Em primeiro lugar, minha família foi meu alicerce. Logo em seguida, estão alguns grandes ativistas que lutam pela vida dos seres humanos.
Como diz Kant: “age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre também como um fim e nunca unicamente como um meio". Conheci pessoas tão importantes que me ensinaram a sonhar e a pensar em meus projetos. Lembro com dor desses momentos que me deixaram cicatrizes, porque eu olhava para o mundo assim.
Hoje meus olhares são outros: meu horizonte ampliou e meu espaço já não é mais o mesmo. Queria poder contar aqui como foi minha formatura, como foi voltar para escola, conquistar meu emprego, resgatar minha dignidade, conquistar meu espaço, resgatar minha autoestima, pensar meu projeto de vida... Mas terei que deixar para uma próxima edição, só quero que as pessoas saibam que eu estou aqui melhor do que ontem e que amanhã estarei melhor, e depois melhor, buscando sempre um sentido maior para minha vida, pois ela é única e o bem mais precioso que tenho.

Antirretrovirais

Ministério da Saúde amplia tratamento para crianças com aids

O tipranavir é o primeiro medicamento que auxilia quando não há resposta ao tratamento ou falha na terapia adotado no país para menores de 6 anos de idade
As crianças que vivem com aids no Brasil vão poder contar com novos tratamentos a partir da próxima
semana. O Ministério da Saúde incluiu no esquema terapêutico de crianças e adolescentes o primeiro antirretroviral (ARV) incorporado ao SUS exclusivamente para esses pacientes, o tipranavir. A droga entra como opção mais confortável de medicação de 3ª linha, ou seja, moderna e indicada para vírus resistentes – a 1ª linha é composta por medicamentos mais usuais e utilizados em tratamentos iniciais. O tipranavir é também o primeiro medicamento de resgate, que auxilia quando não há resposta ao tratamento ou falha na terapia, adotado no país que poderá ser utilizado por menores de 6 anos de idade.
“Além de ampliar a qualidade de vida dessa população e proporcionar melhor adesão ao tratamento contra a doença, a medida atualiza o consenso pediátrico atual”, destaca o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco. Farão parte das recomendações outras duas formulações (fosamprenavir solução oral e darunavir pediátrico). Em combinação com o ritonavir solução oral, estes medicamentos são potencializados e inibem a replicação do HIV, ajudando a reduzir a infecção das células saudáveis do organismo.
Até então, o esquema de resgate terapêutico de 3ª linha era feito com ARV indicados para adultos e utilizados por crianças como medida excepcional. Os menores de 5 anos e de baixo peso só tinham a opção do inibidor de protease (lopinavir/ritonavir), utilizado quando ocorria falha terapêutica com os medicamentos prescritos no tratamento inicial. Com uma formulação mais moderna, cada dose do fosamprenavir, por exemplo, representa ¼ do volume da dose do amprenavir, que será substituído.
Ao todo, o Ministério da Saúde oferece 13 drogas para crianças que desenvolveram a doença. Atualmente existem no Brasil 4.006 menores de 13 anos em tratamento, sendo que 186 deles estão utilizando medicamentos de 3ª linha. O orçamento para o acesso universal aos antirretrovirais no Brasil é da ordem de R$ 846,7 milhões e o investimento brasileiro em ARV para crianças é de R$ 9,7 milhões.
Orientação - Médicos e farmacêuticos de Unidade de Dispensação de Medicamentos (UDM) dos serviços de saúde especializados em HIV/aids receberam nota técnica sobre os novos ARV. O documento traz informações de prazos de armazenamento e realização de testes de genotipagem para verificar a resistência do HIV e indicações de uso desses medicamentos no Brasil, para que o médico prescreva a melhor combinação de antirretrovirais para o paciente.
No texto, os médicos também são alertados a repassar aos pais e cuidadores de crianças com aids informações sobre como administrar as doses dos remédios. O frasco do ritonavir pode durar de três a seis meses e o curto período de validade (6 meses) se dá em decorrência da própria formulação do medicamento. Por esta razão, os usuários são orientados a retornar com o frasco do medicamento a cada consulta e retirada do ritonavir na UDM, para melhor controle do produto. A precaução é para evitar que a criança tome medicamento vencido.-------------------------------------------------------A HOMOFOBIA É CRIME E DEVE SER PUNIDA COM RIGOR
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ESTE ESPAÇO VAZIO É O QUE AS AUTORIDADES TEM FEITO PRA COIBIR A VIOLÊNCIA CONTRA HOMOAFETIVOS!!!OU SEJA.... NADA. BEIJO NA BOCA E FIQUEM COM DEUS!!!   
                      
                                   Diga o que você pensa..
                                          com esperança!
                             Pense no que você faz com fé!
                                 Faça o que você deve fazer...
                                           com amor!

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