quarta-feira, 14 de setembro de 2011

VHIVENDO SEXO NÃO TEM IDADE

Idosos e a aids

Apesar de a faixa etária de 25 a 49 anos constituir o grupo mais atingido pela aids, os casos entre pessoas acima dos 60 anos dobraram entre 1997 e 2007, segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2009, passando de 497 para 1.263 novos casos. Dos 13.655 casos de aids notificados em pessoas acima dos 60 anos desde o início da epidemia, em 1980, 8.959 (65%) são em homens e 4.696 (35%) em mulheres.
Os preconceitos que cercam a vivência da sexualidade em pessoas acima dos 60 anos limitam e dificultam a abordagem sobre o HIV. A aids sempre foi vista como uma doença de jovens e adultos, como se a população mais velha não fosse sexualmente ativa. Mas os números mostram que a epidemia cresceu nessa população, principalmente nos últimos anos.
O recorte regional mostra que, nessa faixa etária, a incidência vem crescendo em todas as regiões. Em 1996, existiam três casos da doença para cada 100 mil habitantes no Norte. Em 2006, essa taxa subiu para 13. No Nordeste, o acréscimo foi de 2,8 para 7,6; no Sudeste, de 10,9 para 18,3; no Sul, de 7,1 para 22,9 e no Centro-Oeste, de 6,8 para 14,1.
A forma de transmissão predominante é por via heterossexual, tanto no sexo feminino (90,4% dos casos) como no masculino (29,7% dos casos). Entre os homens, a segunda principal forma de transmissão é homossexual (20,7% dos casos), seguida de uso de drogas injetáveis (19%). Nas mulheres, a segunda maior forma de transmissão se dá entre usuários de drogas injetáveis, com 8,5% dos casos.

Adesão ao tratamento

O acolhimento da pessoa idosa soropositiva pela equipe do serviço assume um papel de grande importância a fim de que possam, conjuntamente, acompanhar e delinear um plano terapêutico e superar eventuais dificuldades do tratamento.
Em função de alterações típicas nessa faixa etária (dificuldades visuais e da memória para fatos recentes), sugere-se:
  • O uso de letras de tamanho visível nas prescrições em geral, de preferência de fôrma, e sempre que necessário encaminhar o paciente para avaliação oftalmológica;
  • Identificar se as informações foram bem compreendidas e memorizadas;
  • Valorizar estratégias para evitar os esquecimentos no uso da medicação (despertadores, lembretes no celular, tabelas com horários e doses em locais estratégicos da casa etc).

    Sexo não tem idade. Proteção também não.


    A Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids em 2008 teve como público-alvo a população heterossexual com mais de 50 anos de idade. O foco são homens maduros das classes C e D.
    A escolha desse público seu deu, principalmente, porque a incidência de aids praticamente dobrou nessa população nos últimos dez anos (de 7,5% em 96 para 15,7% em 2006). Ao contrário do que muitos pensam as pessoas acima de 50 anos de idade têm uma vida sexualmente ativa, 73,1% fez sexo no último ano e apenas 22,3% usaram preservativo na última relação, ao contrário da população de 15 a 24 anos, onde 57,3% usaram na última relação. Esse público nunca foi alvo de nossas campanhas e os números mostram o quanto é importante conscientizar essa faixa etária sobre o uso da camisinha.
    A Campanha Clube dos Enta, que tem como slogan “Sexo não tem idade. Proteção também não”, trata de assuntos ligados à relação sexual, como o uso do preservativo, além de oferecer dicas para melhorar o sexo depois dos 50.



    Jóca, 46 anos
    Soropositivo há 12 anos

    Aos 17 anos de idade, conheci um cara quinze anos mais velho que me perguntou se já havia saído com outro homem e se gostaria de sair, disse também como era difícil ser um homossexual pois a discriminação e o preconceito eram muito grandes, ele foi muito honesto, para quem não aceita o homossexualismo, deve saber que somos pessoas comuns com desejos comuns, trabalhadores e muito cuidadores, e uma coisa desse relacionamento que jamais vou esquecer foi o meu primeiro beijo... nesses 29 anos de vida sexual ativa tive um relacionamento de 7 anos com sexo uma vez por semana, uma paixão impossível durante 20 anos e nesses vinte a vida sexual era muito esporádica, saía uma vez a cada ano, às vezes chegava a ser uma vez em dois anos, depois namorei durante seis meses com um soro+ e só.
    Parece muito mas não é não, sou soro+ desde 1989 mas acho que a contaminação ocorreu em 15 de novembro de 1984, foi numa tentativa de ser feliz!!!
    A DESCOBERTA DO HIV
    Em fevereiro de 1989, o meu pai precisaria passar por uma cirurgia e foram solicitados doadores de sangue, chamei alguns amigos que trabalhavam comigo e fomos doar sangue, a princípio pensei na possibilidade de dar positivo o exame de HIV.
    Deixei meus amigos irem na frente para buscar a carteirinha, pensei que não seria legal pegar o resultado do exame junto com eles caso fosse positivo. Quando cheguei ao laboratório pediram para que eu aguardasse um pouco, já fiquei nervoso, embora a possibilidade de dar positivo por eu ser homossexual e, naquela época era considerado "grupo de risco", a idéia de ser um super homem e que jamais isso aconteceria comigo, mesmo assim fiquei nervoso, os segundos pareciam horas e os minutos pareciam uma eternidade, de repente um senhor, acho que era médico, me chamou pelo nome e pediu para que entrasse em sua sala, fez várias perguntas e no final disse o resultado do exame SORO REAGENTE que queria dizer POSITIVO, para consolar disse que poderíamos repetir o exame, mas nesse momento já não estava importando mais nada, a única coisa que eu queria era sair dali correndo sem direção até o corpo cansar, mas disse que iria pensar e depois voltaria para fazer novo exame.
    O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO
    Ao sair do laboratório não estava sentindo o chão nem mesmo lembrava aonde estava, procurei um orelhão e liguei para um amigo - Alô, Pedro, eu não sei o que fazer nem tão pouco para onde ir, fiquei sabendo que tenho HIV e a única coisa que sei é que vou morrer, cara me ajuda, o que vou fazer ? - Ele me acalmou, perguntou o endereço e foi me buscar, conversamos bastante e ele tentou me reanimar dizendo que eu estava bem e que as coisas poderiam ser diferente e que a morte chegaria para todos independente do HIV mas, isso para alguém que está com o "bichinho", é pura mentira. Na verdade, seria melhor que não falasse nada.
    Foi muito difícil chegar em casa com o meu pai doente e tentar disfarçar achando que não seria justo que eles sofressem ainda mais, os dias e anos foram passando e eu me anulando, vivendo escondido atrás dos meus familiares e amigos e, além de me esconder, me tornei uma pessoa muito amarga e apesar de fazer o bem para eles, procurando esquecer de mim mesmo, cobrava tudo que fazia dizendo que eles não tinham consideração e que eu tendo "essa doença", que naquele momento era mais mental do que física, e tudo que faziam eu dizia que não era nada, chegava a chocá-los e até mesmo ofendê-los com palavras que não quero me lembrar.
    Em dezembro de 1989 conheci um padre e contei a ele o meu "problema", ele, muito sábio, deu-me um livro para ler, infelizmente não me recordo o título, pois gostaria de hoje em dia passar para os meu amigos que ainda estão naquela fase. O livro fala de uma pessoa que ao saber que estava com uma doença fatal, na verdade foi escrito para pessoas com câncer, o escritor coloca sete estágios que a pessoa passaria ao saber da doença, não me lembro bem a seqüência mas vou tentar colocar o que lembrar; a primeira era de não acreditar na existência de Deus, porque se Ele existisse não deixaria isso acontecer comigo; a segunda era a da auto-piedade, porque comigo que sou a melhor pessoa do mundo, não faço mal a ninguém, porque não aconteceu isso com um ladrão, um assassino (besteira não?); a terceira era de jogar a culpa nas pessoas que mais me amavam, meus familiares (sem que soubessem porque estava bruto ou estúpido) e nos meus amigos, esses sim sabiam de tudo e tudo que faziam era tentar me ajudar, mas eu não aceitava suas ajudas; a quarta, a quinta e a sexta não me lembro; a sétima era a fase da aceitação da doença e que ninguém era culpado disso, nem mesmo eu, comecei então a achar que estava aceitando o HIV, de uma certa forma sim, mas continuei me escondendo atrás das pessoas vivendo suas vidas e não querendo viver a minha própria, a aceitação ainda não estava completa e precisaria de mais oito anos para chegar a esse ponto.
    De 1989 à 1998, o que mais me machucava era não ter mais a pessoa de quem gostava ao meu lado do que propriamente o HIV.
    Em 29 de julho de 1992 meu pai estava muito doente, resolvi levá-lo para meu chefe que era oncologista examiná-lo, e ao examiná-lo, sem tocá-lo com as mãos, me disse que estava com câncer e que estava muito adiantado, mas mesmo assim, o encaminhou para uma equipe médica conhecida, disse também que teria no máximo um mês de vida e ele morreu no dia 29 de agosto 1992. Isso me deu água na pleura e foi muito dolorida a drenagem e mesmo com a biópsia de tuberculose negativa fiz o tratamento de nove meses.
    Em 1995, quando ainda estava com o CD4 - 860, apareceram duas manchas cor de uva na minha barriga, já sabendo da existência do SK - Sarcoma de Karpotese em outras pessoas achei que também estava com esse tipo de câncer de pele, procurei meu médico e quando ele viu as manchas disse que era o SK, mas que de qualquer forma iria fazer a biópsia, e antes do resultado da biópsia já comecei a fazer quimioterapia, o pior não era fazer a quimioterapia e sim ver as pessoas que também faziam, o medo era tremendo e a única pergunta que vinha a minha mente era "será que também vou ficar assim, ai meu Deus é preferível morrer", da barriga começaram a aparecer em outros locais, como costas, pernas, ombros e o pior de todos foi aparecer no rosto, na ponta do nariz e embaixo do olho esquerdo. Nessa sala, havia uma garota que tinha na parte superior dos olhos e seus olhos mais pareciam olhos de sapos, era difícil de olhar, e um dia, uma senhora percebendo que eu também tinha no olho, virou-se e me disse "você vai ficar igualzinho a ela" , quis morrer nesse momento. E com isso tudo não fazia direito as sessões.
    Sempre fui muito observador do meu corpo, daqueles de ficar procurando pelos em ovos, um dia fiquei olhando dentro da minha boca e acabei achando algo, haviam duas manchas iguais a da barriga no meu palato, procurei meu médico que me encaminhou para o serviço de odontologia e comecei a fazer aplicações localizadas, não indico para ninguém, foi muito dolorido, minha cabeça, meu rosto, era uma dor insuportável que nenhum analgésico aliviava, só passava um dia ou dois antes de fazer a nova aplicação, foi um tempo difícil.
    O FUNDO DO POÇO
    De 1995 à 1997 comecei a não conseguir comer direito achando que a causa maior era a quimioterapia mas, na verdade, ainda existia uma rejeição muito grande da própria vida, havia uma batalha muito grande do meu consciente de querer viver e tomar os remédios, o AZT ,com uma semana de uso inchou o meu fígado e tive que parar o tratamento, comecei um tratamento alternativo com plantas Fitosterápicas, mas sou muito indisciplinado e a vontade de ficar bom era imediata não dava para esperar tempo algum, fiquei muito ansioso quando fiquei sabendo da chegado do coquetel, minhas esperanças estavam renovadas, e quando peguei o coquetel foi aí que começou realmente a pior fase da minha vida, não conseguia tomar nenhum dos medicamentos, tinha reações que ao comentar com meu médico, ele dizia que nunca tinha escutado de ninguém esse tipo de reação, fui emagrecendo, o meu CD4 (minha imunidade) ficou durante dois anos e meio "seis", ou seja, quase que zero, isso significava que poderia a qualquer momento pegar uma infecção oportunista, meu médico cada vez que pegava um novo resultado de exame que na verdade era igual ao anterior, só faltava arrancar os cabelos, insistindo sempre para que eu tomasse os medicamentos, mas não conseguia, nessa época freqüentava a reunião de aderência ao coquetel, e dizia sempre a mesma história que não conseguia tomar a medicação pois o Crixivam me dava uma sensação de desmaio muito forte, e o Epivir e a Estavudina também me dava muito mal estar, dor no estômago.
    Um dia, uma médica infectologista que participava da reunião para esclarecimentos me disse que se ela fosse a minha médica me encaminharia para a Saúde Mental, tive vontade de mandá-la para aquele lugar (depois de quase dois anos fui pedir desculpas a ela por ter pensado em mandá-la para aquele lugar, ela sorriu e disse que não estava entendendo nada o porquê das desculpas, então falei do ocorrido e que tinha ficado com muita raiva dela mas que agora sabia que ela tinha razão e que de certa forma me ajudou muito no meu crescimento), e assim fui caminhando até o momento de ter que me internar.
    Dias antes da internação viajamos toda a família para Ribeirão Preto, estava muito debilitado, então, no dia de voltar para casa, resolvi contar para o meu irmão mais velho e minha cunhada sobre o HIV, meu irmão chorou muito e perguntou há quanto tempo eu estava infectado , disse que há nove anos, perguntou porque não contei antes, disse que queria evitar o sofrimento, ele não concordou, minha cunhada ficou muito triste também mas fez aquela pergunta fatal "como foi que você pegou?", respondi que não sabia ao certo, mas tudo bem, na verdade, foi ela quem me levava ao médico quase todos os dias para tomar a medicação até o dia da internação.
    Fui internado no dia três de abril de 1998 e já no primeiro dia comecei a tomar o coquetel e não tive as reações esperadas, fiquei quarenta dias internado, pra mim foi muito bom, foi como nascer novamente, para a minha família que não sabia de nada a não ser meu irmão mais velho e sua esposa, o motivo da internação foi o câncer de pele, mesmo sem saber direito o real motivo, sofreram muito, pois somos uma família muito unida e a minha decisão de não contar foi só para protegê-los, livrá-los de um sofrimento ainda maior, tive minha alta no dia treze de maio do mesmo ano, e aí a minha vida começou a mudar.
    A VOLTA POR CIMA, QUALIDADE DE VIDA "10"
    Aí comecei minha nova vida tomando o coquetel sem problemas, com dois meses de medicação o meu CD4 já havia subido para 56 e a minha Carga viral (a replicação do vírus no sangue) estava indetectável, continuei meu tratamento psiquiátrico que chamo de "meu terapeuta", ele tem sido uma pessoa muito especial, um verdadeiro amigo que me fez enxergar um lado ruim que habita dentro de mim que eu chamo de "inimigo meu" e que graças a ele estou conseguindo me libertar, também continuo nas reuniões de Aderência ao Coquetel e na de Terapia de Grupo que são semanais, nela fiz grandes e verdadeiros amigos e amigas, até brincamos que o HIV apesar de tudo tem um lado bom que é se conhecer melhor, dar valor a certas coisas que antes passavam despercebidas, e conviver com outras pessoas fantásticas também soro-positivas, e conviver ainda melhor com minha família. Não posso esquecer dos meus amigos soro-negativos que me aguentaram durante esses anos ruins. Mas a quem sou mais grato mesmo é a Deus que nunca me abandonou.....
    CONCLUSÃO
    Viver vale a pena, sempre e sempre... e procurar fazer com que sejam eternos os momentos de felicidade que conseguirmos... viver sempre vale a pena  mas para se viver é preciso se proteger  PROTEJA-SE Não importa a idadde USE CAMISINHA SEMPRE!!!!!!BEIJO NA BOCA E FIQUEM COM DEUS!!!                                                  


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