21/12/2011 - 12h50
Reportagem publicada em 13/06/2011
A descoberta do primeiro caso de aids no mundo completou 30 anos em junho. Para marcar a data, a Agência de Notícias da Aids preparou uma série de reportagens e entrevistas especiais sobre a história da pandemia. Integrantes da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids contaram que expectativas possuem para as próximas 3 décadas em relação ao combate da doença.
O representante nacional do grupo, José Rayan, acredita que é preciso facilitar o acesso dos soropositivos aos serviços de saúde. Segundo Rayan, no Amazonas, onde ele mora, a população ribeirinha sofre com diferentes tipos de dificuldade. “Alguns precisam utilizar canoa e depois outros meios de transporte para chegar ao local de atendimento, o que já é uma barreira. Essa distância física também limita o acesso às informações”, conta. Como exemplo, o jovem ativista citou casos de soropositivos que, por serem assintomáticos, acreditam que não transmitem o vírus. “O melhor programa de aids do mundo tem que ser o melhor em São Paulo, na Amazônia, na roça e em qualquer outro lugar”, completa.
Ainda em relação ao serviço público de tratamento da aids, José Rayan defende a necessidade de médicos hebiatras, especialistas em adolescentes. “É uma demanda de toda a Rede, pois esse público possui necessidades específicas. Nessa faixa etária acontecem mudanças biológicas e comportamentais”, diz, ressaltando que o acolhimento influencia na adesão ao acompanhamento médico e à terapia antirretroviral.
Eduardo Soares, do Pará, integra a Rede de Jovens desde 2009 por conviver com soropositivos. O que o despertou para o ativismo nesse segmento foram os debates realizados na Pastoral da Juventude. “Espero que diminua o preconceito. Já fui vítima por conviver com pessoas com HIV e, meus amigos que vivem com o vírus, contam algumas situações difíceis pelas quais têm que passar”, declara.
Segundo Eduardo, as pessoas imaginam que pelo fato de integrar a Rede, ele tem HIV. “É preciso entender que toda pessoa com interesse pela causa pode atuar ativamente, sendo ou não soropositivo”. O jovem também relata que existe discriminação entre familiares de pessoas infectadas. “A mãe de um amigo faz comentários discriminatórios quando o HIV surge como discussão, após a veiculação de uma notícia, por exemplo. Meu amigo não contou para ela que vive com o vírus.” |
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