
Aids 30 anos: Integrantes da Rede de Jovens com HIV querem menos preconceito, mais informação e a cura da doença | ||||
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DESTINA-SE A INFORMAÇÕES SOBRE HIV AIDS E CONSCIENTIZAÇÃO DAS PESSOAS SOBRE O COMO AGIR EVITANDO NOVOS CONTÁGIOS!
Aids 30 anos: Integrantes da Rede de Jovens com HIV querem menos preconceito, mais informação e a cura da doença | ||||
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Paulo, 34 anos. Soropositivo há 12 anos. "Sou homossexual e sou de uma geração muito desinformada sobre a AIDS. Sai três vezes com um homem casado. Eu ainda quis que ele usasse preservativo, mas ele não quis e, como na época, não havia muita informação sobre a doença, transamos sem camisinha. Depois de algum tempo, começaram a falar muito sobre a AIDS e, resolvi fazer o teste anti HIV por desencargo de consciência, mas no fundo, já suspeitava que podia estar contaminado. Quando você tem alguma dúvida, ou você a esclarece, ou morre com ela. Pensava uma coisa sobre a doença, mas quando tive certeza, vi que a realidade era bem diferente daquilo que eu imaginava. Fui buscar o resultado e pediram para eu aguardar para falar com o médico.Ele me chamou e me disse que eu era soropositivo. E me indicou o COAS (Centro de Orientação e Aconselhamento Sorológico) para que eu fizesse o tratamento médico e psicológico. Principalmente o psicológico, porque pegar o diagnóstico foi como morrer naquele instante. Era uma doença nova, ninguém a conhecia muito bem e para mim, ela era sinônimo de morte. Passaram-se tantas coisas pela minha cabeça: esconder da família (minha mãe não sabe até hoje), como seria no trabalho, camisinha, como seria transar, conto ou não conto. Não existiam remédios, o coquetel era só para quem tinha alto poder aquisitivo. Só um tempo depois que as ONGs e o Estado implantaram medicamento gratuito. Depois que eu soube da doença, fiquei dois anos para confiar em alguém e ter novamente relação sexual. Foi muito difícil, tinha muito medo de contaminar meu parceiro. Eu me sentia sujo, estranho. Hoje, sou uma pessoa mais seletiva, não saio com qualquer pessoa, e também não sinto necessidade de falar que sou soropositivo. O preservativo é usado sempre para não haver perigo de contaminação. A maioria das pessoas acha que só quem é homossexual faz parte do grupo de risco, na proliferação do HIV. Deve-se ter consciência e precaução para que não se comprometa outras pessoas, porque isso é crime. Só há dois anos que apareceram em mim as doenças oportunistas, a candidíase esofágica mediante infecção urinária e a pneumonia sistóide. Aí que senti mesmo que havia o vírus dentro de mim, parecia que ele estava dormindo todo esse tempo. E, de repente, quando você já está se conformando com a doença, ela se manifesta. Eu disse se conformando, porque aceitar, jamais.Ainda tenho problemas com as medicações. É tudo muito difícil.Por isso, eu digo que quem não tem a doença ainda, é bom se prevenir, porque ela dá trabalho... " |